A Restauração
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Devemos ser gratos de todo o coração por vivermos na época da Restauração e por levarmos a verdade e as bênçãos eternas a nossos irmãos e irmãs
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Gostaria de fazer desta mensagem meu testemunho da “restauração de tudo”—querendo dizer, é claro, a restauração de todas as coisas. É essa a mensagem e o testemunho que todos levamos ao mundo.
Agradeço a minha esposa, Harriet, por seu testemunho da Restauração do evangelho de Jesus Cristo. Permitam-me partilhar com vocês a história da conversão da família de minha esposa, há muitos anos.
Certo domingo, quando eu era adolescente e frequentava o Ramo de Frankfurt, na Alemanha, os missionários trouxeram uma jovem mãe e suas duas belas filhas às nossas reuniões da Igreja. Ainda me lembro da impressão que tive ao ver aquelas mocinhas entrando em nossa capela,—especialmente com relação à filha mais velha. Ela tinha perto de 13 anos e, com os grandes olhos castanhos e belos cabelos negros, chamou imediatamente minha atenção. Pensei: “Esses missionários estão fazendo um trabalho realmente muito bom!” Mal sabia eu que essa mocinha, muito tempo depois, abençoaria minha vida para sempre.
Mas, estou adiantando a história. Permitam-me voltar e começar, quando essa jovem família conheceu os missionários.
A Conversão de Carmen Reich
No outono de 1954, dois missionários encontravam-se em um prédio de apartamentos, batendo em portas, na Cidade de Frankfurt. Eles subiram gradualmente, de andar em andar, sem ter nenhum sucesso. Finalmente, tocaram a campainha da última porta do quarto andar. A porta foi aberta pela jovem Harriet, que pediu imediatamente à sua mãe que os deixasse entrar. A irmã Reich inicialmente hesitou, mas, depois de mais alguns pedidos de Harriet, o Élder Gary Jenkins, da Califórnia, e seu companheiro foram convidados a entrar.
Esses dois missionários foram verdadeiramente guiados pelo Espírito, não apenas para aonde ir, mas também sobre o que dizer. Depois de explicar brevemente quem eram e qual a mensagem que desejavam compartilhar, os missionários deixaram um Livro de Mórmon com a mãe, pediram-lhe que lesse as escrituras marcadas e despediram-se com uma oração e uma bênção.
Eles voltaram dois dias depois. Dessa vez, foram recebidos amigavelmente e logo convidados a entrar. Quando perguntaram à irmã Reich se havia lido as escrituras marcadas no Livro de Mórmon, ela respondeu, sem hesitação: “Li o livro todo e sinto que é verdadeiro”.
Na ocasião, a irmã Carmen Reich tinha apenas 36 anos, era viúva e tinha duas filhas. Ela perdera o marido havia apenas oito meses, um músico de renome, que morrera de câncer. Depois dessa morte inesperada, a família se defrontava com algumas perguntas sem resposta—Haverá um propósito na vida? Há alguma coisa depois da morte; e se há, o quê? Por que nascemos? Vivemos antes desta vida?
Deixem-me esclarecer que a irmã Reich era uma pessoa religiosa. Ela gostava muito de ler, sendo a Bíblia um de seus livros favoritos. Acreditava firmemente que Jesus é o Cristo e, como família, tentavam seguir Seus ensinamentos. Eram pessoas boas, honestas, e mesmo a perda de seu marido, o pai da família, não abalou sua unidade familiar.
No entanto, quando a irmã Carmen Reich leu o Livro de Mórmon, de capa a capa em dois dias, sentiu algo que jamais experimentara antes. Em suas próprias palavras, era “o espírito de revelação”.
Ela disse que podia “sentir inteligência pura” fluindo para ela, dando-lhe “influxos repentinos de ideias” a respeito das “coisas do Espírito de Deus”. Essas ideias relacionavam-se à sua situação especial. À medida que os missionários lhe ensinavam o plano de salvação e as outras doutrinas da Restauração, ela continuou a “crescer no princípio da revelação [pessoal]” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith 2007, p. 138). Todas as coisas boas que ela havia aprendido em sua religião luterana receberam um significado novo e mais profundo e, de repente, a própria vida tinha uma perspectiva eterna totalmente diversa e divina.
A Poderosa Mensagem da Restauração
Não é que ela sentisse qualquer contrariedade pelo que crera durante tantos anos. Mas, quando ouviu a mensagem da Restauração, uma porta se abriu para um mundo repleto de luz e cheio de amor e esperança. Lembrando-se do passado, ela descreveu assim sua experiência: Foi como se algo de grande importância tivesse estado sem vida e inerte, mas que agora ressurgira para a vida, beleza e atividade.
As mensagens-chave da Restauração têm o poder de levar tais sentimentos ao coração e à mente do que procura a verdade honestamente, seja qual for sua formação cultural ou religiosa. Não existem fronteiras geográficas ou culturais para o Espírito Santo.
A Restauração, em sua plenitude, completa e realça as verdades encontradas nas religiões do mundo.
As mensagens-chave da Restauração têm o poder de levar tais sentimentos ao coração e à mente de quem procura a verdade honestamente, seja qual for sua formação cultural ou religiosa.
Permitam-me terminar a história da irmã Reich, minha querida sogra. De muitas maneiras, ela representa a multidão de conversos que entram na Igreja diariamente, vindos de outras religiões, tanto cristãs como não cristãs, e até mesmo de nenhuma religião. O que caracteriza a todos é que estão desejosos e suficientemente puros para acreditar quando Deus fala.
A irmã Reich foi batizada no dia 7 de novembro de 1954. Em dezembro, apenas algumas semanas depois de seu batismo, os missionários que a batizaram pediram-lhe que escrevesse seu testemunho. O Élder Jenkins queria usar seu testemunho para ajudar outras pessoas a sentir o verdadeiro espírito da conversão. Felizmente, ele guardou seu original escrito à mão durante mais de 40 anos e então o devolveu à minha sogra, como um amável presente muito especial. Carmen Reich, minha querida sogra, faleceu em 2000, aos 83 anos de idade.
Gostaria de partilhar com vocês alguns trechos do testemunho que ela escreveu. Ele demonstra o que ela, com sua formação, necessidades e anseios na ocasião em que encontrou os missionários, viu como pontos-chave da Restauração. Esta é a tradução do testemunho escrito pela irmã Reich:
“As características especiais da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que não se encontram em outras comunidades religiosas incluem, acima de tudo:
A revelação moderna dada por meio do Profeta Joseph Smith.
A sagrada autoridade do sacerdócio, como no tempo de Cristo, com um profeta vivo hoje.
A seguir, o Livro de Mórmon, em sua linguagem clara e pura, com todas as suas instruções e promessas para a Igreja de Jesus Cristo,—verdadeiramente uma segunda testemunha, juntamente com a Bíblia, de que Jesus Cristo vive.
Fé em um Deus pessoal— isto é, Deus, o Pai; e Deus, o Filho, Jesus Cristo; e o Espírito Santo, que torna mais fácil o alcance da oração e nos orienta pessoalmente.
A crença em uma vida pré-mortal, a preexistência. Ter o conhecimento do propósito de nossa vida terrena e de nossa vida após a morte é bastante valioso e especialmente interessante e instrutivo. O plano de salvação está demonstrado tão claramente no evangelho restaurado que nossa vida recebe maior significado e direção.
A Palavra de Sabedoria. A Igreja deu-nos a Palavra de Sabedoria como um guia para ajudar-nos a realizar nosso desejo de manter saudáveis e aperfeiçoar nosso corpo e espírito. Essa é nossa meta, porque sabemos que receberemos de volta nosso corpo após a morte na mesma forma.
O trabalho no templo, com suas muitas ordenanças sagradas permite que as famílias fiquem juntas para sempre. Essa doutrina, completamente nova para mim, foi dada por revelação ao Profeta Joseph Smith.”
Vemos, assim, que a religião em que nascem as pessoas pode ser incompleta, mas ainda servir como alicerce ao recebimento da plenitude do evangelho.
Trazer a Mensagem ao Mundo
Da mesma forma que reconhecemos e apoiamos o privilégio dos outros de adorar ao Deus Todo-Poderoso de acordo com sua consciência, também reivindicamos o direito de declarar nossa fé e testemunho do evangelho restaurado de Jesus Cristo de acordo com nossas crenças.
Para trazer a mensagem e o poder redentor de Cristo e Sua Expiação às pessoas do mundo, precisamos declarar com coragem e clareza os acontecimentos de 1820 e posteriores. Esses acontecimentos e a revelação que os seguiram são o que nos distingue de todas as outras religiões e de todas as outras pessoas com boas intenções.
O Profeta Joseph Smith foi ao bosque perto da casa de sua família a fim de oferecer a Deus sua primeira oração em voz alta. Disse ele: “Vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o sol, que descia gradualmente sobre mim. (…)
Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro — Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!” (Joseph Smith—História 1:16–17).
Daquele dia em diante, os céus estavam abertos de novo. Joseph aprendeu linha sobre linha, preceito sobre preceito, Ele estudou as escrituras e comunicava-se com anjos. Apóstolos e profetas dos tempos antigos vieram para conferir-lhe a sagrada autoridade e as chaves do sacerdócio. Mensageiros celestiais ensinaram-lhe as ordenanças da vida eterna e os mistérios do reino de Deus. A revelação fluiu do alto.
Testifico que hoje as chaves do reino de Deus estão sobre a Terra com os apóstolos do Senhor Jesus Cristo. O Presidente da Igreja, que é o apóstolo mais antigo, possui todas as chaves necessárias para presidir todo o trabalho organizacional e de ordenanças da Igreja. O Presidente Thomas S. Monson possui atualmente essa autoridade. Ele é nosso profeta, o mais recente de uma ininterrupta sucessão de profetas e apóstolos desde Joseph Smith até a época de hoje.
Ter a plenitude do evangelho não deve levar nenhum de nós a sentir-se arrogante ou a cultivar uma atitude de superioridade espiritual. Devemos simplesmente ser gratos de todo o coração pelo privilégio de viver na época da Restauração e por levarmos a verdade e as bênçãos eternas a nossos irmãos e irmãs.
Portanto, sejam humildes e testifiquem da Restauração do evangelho e de Joseph Smith como um verdadeiro profeta de Deus. Vivam alegremente o evangelho e sejam fiéis aos convênios e mandamentos que nosso amoroso Pai Celestial nos deu.
Sejam corajosos. Tenham fé. Não temam. Confiem no Senhor.
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