domingo, 12 de fevereiro de 2012

Faça as Contas (Rapazes)

Faça as Contas


Compartilhar o evangelho é algo que se trata de pessoas, não de números. O que aconteceu em Immokalee, Flórida, começou como deveria, quando Junior Reyes convidou um de seus amigos para ir à Igreja.
Ao seguirem a instrução do Dever para com Deus de “convidar todos a virem a Cristo”, esses jovens de Immokalee, Flórida, viram seu esforço somar-se rapidamente.
Ele sabia pouco sobre o que estava começando.
2+1=26
Sempre houve somente dois portadores do Sacerdócio Aarônico no Ramo Immokalee: Junior e outro rapaz chamado Jorge Cáceres. Jorge nasceu na Igreja, mas ficou desmotivado porque durante muito tempo foi o único portador do Sacerdócio Aarônico no ramo. Então Junior, um converso, era o único a ir aos serões da estaca.
“Toda vez que ia, via outros ramos e todos os jovens da estaca, mas do nosso ramo só havia eu”, disse Junior. “Finalmente disse: ‘Por que sou o único de Immokalee? Tenho que abrir minha boca’.”
“Na maneira como fui criado, fui ensinado a não ter medo”, ele continua. “Quando falo com meus amigos sobre Jesus Cristo e o evangelho restaurado, não tenho medo; fico feliz. Sei que o que estou lhes dizendo pode ajudá-los a melhorar sua vida.”
Então Junior convidou seu amigo Wedner Daly para ir à Igreja. “Eu disse: ‘Você aprende um monte de coisas e recebe várias bênçãos; vale a pena.”
Wedner aceitou.
“Não via nada de especial nisso no começo”, disse Wedner. “Pensei que seria como outras igrejas. Mas quando cheguei lá, era o dia em que todos compartilhavam seu testemunho, então senti o Espírito quando fui pela primeira vez. Aquilo foi diferente pra mim. Nunca fui a uma igreja onde as pessoas compartilham seu testemunho e gostei muito da igreja deles. É um dos motivos que me fez gostar.”
Então Wedner convidou seu amigo, Milsont Pierre. Milsont começou a ir a atividades durante a semana, depois para as reuniões de domingo e por fim os missionários começaram a ensinar sua família. Ele lembra-se muito bem: “Senti o Espírito, muitas e muitas vezes, especialmente durante as orações sacramentais. Eu sabia que essa era a Igreja verdadeira”. Milsont e seus três irmãos foram batizados e confirmados, bem como seu primo, um sobrinho e quatro amigos de Milsont.

Árvore Multiplicadora

A partir de então, o Sacerdócio Aarônico em Immokalee continuou a se multiplicar. “Foi como uma árvore”, disse Junior. “Só foi crescendo e crescendo.”
“Uma pessoa convidou outra, que convidou outra, que convidou outra”, disse Milsont.
  Alguns amigos de Junior do futebol também vieram. Outros convidaram parentes, colegas da escola ou amigos de longa data. Os missionários de tempo integral receberam muitas referências e ensinaram, ensinaram e ensinaram — geralmente acompanhados de rapazes do ramo. A presença nas noites de quarta-feira e nas atividades de escotismo era em média de 30 pessoas, e no domingo a presença era quase a mesma. Hoje há 26 rapazes ativos no ramo — e um deles é Jorge Cáceres, aquele que havia ficado desmotivado por não ter outro rapaz para fazer amizade.
“Fiquei amigo de Junior também”, disse Jorge, “E quando ele começou a convidar seus amigos para a Igreja, fiz amizade com eles também. Toda semana chegavam pessoas novas.”
E Jorge percebeu uma coisa. “Quando eles começavam a conhecer a Igreja, mudavam.” O evangelho os mudava, conhecer Cristo os mudava. “Quando percebi isso, comecei a levar a Igreja mais a sério. Trabalhei meu próprio testemunho e agora sei que a Igreja é verdadeira.”

Fator de Irmandade

O que fez a diferença em Immokalee? Algumas coisas são de se esperar.  “Uma coisa que me ajudou muito foi ler as escrituras e pensar a respeito delas, perguntando e orando”, disse Esperandieu Andfils. “Quando você faz isso e sente o Espírito, não há como negar.”
Wilnick Louis disse que presenciar o batismo de seu irmão mais velho fez a diferença para ele. O batismo foi realizado no domingo, depois das reuniões regulares, então Wilnick resolveu ir primeiro à Igreja. “Eu já tinha ido às atividades, mas foi a primeira vez que fui à Igreja no domingo”, disse. “Durante as reuniões e depois, no batismo, senti algo bom. Quando os missionários me perguntaram se iria de novo, eu disse: “Claro, vou continuar vindo”.
Sérgio Andrés disse que ouvir os testemunhos de outros rapazes de sua idade fez uma grande diferença para ele, assim como ouvir o testemunho dos missionários de tempo integral. “Você tem que compartilhar seu testemunho”, disse Sérgio, “porque se as pessoas não souberem que existe uma Igreja verdadeira, eles não vão conseguir encontrá-la.”

Nunca Foi Dividido

Mas, um dos fatores mais importantes para o crescimento da Igreja em Immokalee parece ser a atitude que os rapazes têm uns com os outros.
“Estamos sempre juntos”, disse Wedner. “Há um forte sentimento de que somos todos irmãos e amo meus irmãos.” Esperandieu compartilha do mesmo sentimento: “Posso contar com eles”.  
Foi isso que os líderes dos Rapazes perceberam também.
“Eles são amigos aonde quer que vão”, disse Michael “Bo” Browne, presidente recém apoiado dos Rapazes do Ramo Immokalee. “Não é o tipo de situação em que eles evitam o contato se estão na escola. São amigos e irmãos dentro e fora da Igreja, e acho que esse é o segredo.”
“Eles ensinaram-me muitas coisas”, disse o presidente anterior dos Rapazes, Frank Fernandez. “Mas o amor que têm um pelo outro é o melhor exemplo que tive. É o tipo de amor que devemos sentir por todos. Por causa desse amor eles não têm medo de nada. Não têm medo de abrir a boca e falar com seus amigos sobre o evangelho.”
“Somos todos aconselhados a levar nossos amigos e parentes a Cristo”, disse o presidente recém desobrigado dos Rapazes de Immokalee e líder de escotismo Clark Robinson, “e sentimos que devemos fazer isso porque ouvimos pessoas dizerem que devemos”. Mas esses rapazes o fazem porque encontraram paz aqui e estão ansiosos para que aqueles que eles amam sintam o que eles sentem e saibam o que eles sabem. Isso me lembra do sonho de Leí, quando ele partilha do fruto da árvore e imediatamente deseja compartilhar sua felicidade.
“O Senhor pediu para todos pegarmos o que temos e somarmos a isso. Faça a conta. Um espírito disposto mais os princípios corretos é igual a um quórum feliz e grande, e uma ala ou ramo da Igreja que crescem”, disse o irmão Robinson. NE    

Acrescentar o Espírito

O exemplo de Julian Vallejo está fazendo a diferença em seu próprio lar. Sua mãe, Marylou V. Navarrette, e seu irmãozinho, Sebastian, que são membros da Igreja, e seu padrasto, Antonio Navarrette, que não é membro, dizem que têm orgulho de ver Julian crescendo na Igreja e são gratos pelo exemplo que ele dá para a família.
“Gosto de ter o Espírito do Salvador em casa”, diz Julian, “e na Igreja aprendemos sobre o Salvador. Tomamos o sacramento e prometemos sempre nos lembrar Dele. Então tentamos viver como Ele viveria e isso inclui como somos em casa”. Dar o exemplo seguindo o Salvador também faz parte de convidar as pessoas a virem a Cristo, diz Julian.
O espírito cristão que Antonio sente sua esposa e enteados trazerem para a família podem ser parte do motivo pelo qual ele frequenta o Ramo Immokalee. “Sempre venho com eles para apoiá-los”, diz, “e para aprender um pouco”. Ele também ajuda os líderes do ramo, dando opiniões e sugestões quando solicitado.
É um bom motivo, diz Julian, para sentir orgulho do padrasto.
Milsont Pierre (na frente) e Junior Reyes (atrás) mostram, por meio de um diagrama, como um simples convite, depois outro e outro, fizeram seu quórum do Sacerdócio Aarônico e seu ramo crescer e continuar crescendo.
Bosques de laranjeiras e pinheiros prosperam no sudoeste da Flórida, assim como a obra missionária em Immokalee, onde o quórum do Sacerdócio Aarônico cresceu ao “convidar[em] todos a virem a Cristo”.
A grama perto de Immokalee lembra Junior Reyes (lado oposto, acima), Milsont Pierre (lado oposto, no meio) e outros rapazes e líderes que “o campo já está branco para a ceifa” (D&C 33:7).

A Única Igreja Verdadeira e Viva

A Única Igreja Verdadeira e Viva

DALLIN H. OAKSDo Quórum dos Doze Apóstolos

Cortesia do Museu de História da Igreja
O que significa dizer que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a única Igreja verdadeira?
Nossa primeira responsabilidade e propósito é testificar de Jesus Cristo para um mundo que anseia por conhecer Sua missão divina. Em resposta a essa grande responsabilidade, falarei sobre a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como a única Igreja verdadeira e viva. Ao fazê-lo, sei que nado contra a poderosa corrente do chamado “politicamente correto”.
A opinião mais em voga em nossa época é a de que todas as igrejas são verdadeiras. Na verdade, a ideia de que todas as igrejas são iguais é a doutrina do anticristo, ilustrada pela história de Corior, no Livro de Mórmon (ver Alma 30). O objetivo desse relato é nos ensinar uma lição essencial para nossos dias.
Uma revelação concedida ao Profeta Joseph Smith em 1831, pouco depois da organização de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, menciona as pessoas que tinham recebido o “poder para estabelecer o alicerce desta igreja”. Naquela ocasião, o Senhor referiu-Se à Igreja da seguinte forma: “a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra, com a qual eu, o Senhor, me deleito” (D&C 1:30).
Devido a essa declaração do Senhor, referimo-nos a esta, a Igreja Dele — nossa Igreja — como a “única Igreja verdadeira”. Às vezes dizemos isso de uma maneira que ofende muito as pessoas que pertencem a outras igrejas ou professam outras filosofias. Mas Deus não nos ensinou nada que deva nos levar a sentir-nos superiores aos outros. Certamente todas as igrejas e filosofias contêm elementos de verdade — algumas mais do que outras. Não restam dúvidas de que Deus ama todos os Seus filhos. E certamente o plano do evangelho é para todos os Seus filhos, segundo Seu próprio tempo.
Então o que significa dizer que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a única Igreja verdadeira?
Três aspectos — (1) a plenitude da doutrina, (2) o poder do sacerdócio e (3) o testemunho de Jesus Cristo — explicam por que Deus declarou e por que nós, como Seus servos, reiteramos que esta é a única Igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra.

1. Plenitude da Doutrina

true church
Quando Jesus Cristo esteve na Terra, ensinou a plenitude de Sua doutrina, que é o plano concebido pelo Pai Celestial para o progresso eterno de Seus filhos. Tempos depois, muitas dessas verdades do evangelho se perderam por terem sido influenciadas pelos princípios ou filosofias que prevaleciam no mundo onde era pregado o cristianismo e por meio das manipulações de líderes políticos. Chamamos essa perda da plenitude da verdade de Apostasia.
Muitas denominações religiosas ou filosofias que existem no mundo de hoje contêm, em maior ou menor grau, verdades reveladas por Deus no passado, misturadas a filosofias ou manipulações dos homens. Cremos que a maioria dos líderes religiosos e de seus seguidores são crentes sinceros que amam a Deus, que O compreendem e que O servem da melhor maneira possível. Temos uma dívida para com os homens e mulheres que conservaram acesos a luz e o conhecimento no decorrer dos séculos até hoje. Queremos que todos os pesquisadores de nossa Igreja vindos de outras igrejas ou sistemas de crenças retenham tudo de bom que tiverem e vejam o que podemos acrescentar a seu conhecimento da verdade e à sua felicidade ao seguirem-na.
Como muitas coisas tinham se perdido na Apostasia, foi necessário que o Senhor restaurasse a plenitude de Sua doutrina. Isso tudo começou com o que chamamos de Primeira Visão de Joseph Smith.
A plenitude do evangelho de Jesus Cristo começa com a certeza de que, antes de virmos a esta Terra, vivemos como espíritos. Afirma que esta vida mortal tem um propósito. Ensina que nossa aspiração maior é tornar-nos como nossos pais celestiais. Fazemos isso tornando-nos dignos do estado celestial glorificado e dos relacionamentos que constituem a exaltação ou vida eterna, o que nos permitirá perpetuar nossos relacionamentos familiares por toda a eternidade.
A doutrina de Jesus Cristo, compreendida em sua plenitude, é o plano por meio do qual podemos tornar-nos o que os filhos de Deus têm o potencial de se tornarem. Esse estado perfeito e imaculado será o resultado de uma sucessão meticulosa de convênios, ordenanças e atos; um acúmulo de escolhas corretas e arrependimento contínuo. “Esta vida é o tempo para os homens prepararem-se para encontrar Deus” (Alma 34:32). Isso é possível por meio da Expiação de Jesus Cristo e pela obediência às leis e ordenanças de Seu evangelho.
O evangelho restaurado de Jesus Cristo é abrangente, universal, misericordioso e verdadeiro. Se seguirem a experiência necessária da vida mortal, todos os filhos de Deus ressuscitarão e irão para um reino de glória mais maravilhoso do que qualquer mortal é capaz de conceber. Com poucas exceções, até mesmo as pessoas muito más acabarão indo para um reino de glória maravilhoso — embora menor. Tudo isso ocorrerá em virtude do grande amor de Deus por Seus filhos, e tudo foi possibilitado pela Expiação e Ressurreição de Jesus Cristo, “que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos” (D&C 76:43).

2. O Poder do Sacerdócio

priesthood
A segunda característica — absolutamente essencial — da “única igreja verdadeira e viva na face de toda a terra” é a autoridade do sacerdócio.
A Bíblia ensina claramente que a autoridade do sacerdócio é necessária e que essa autoridade precisa ser conferida por imposição de mãos por quem a possua. A autoridade do sacerdócio não provém do mero desejo de servir ou da leitura das escrituras. Quando essa autoridade do sacerdócio se perdeu com a apostasia, precisou ser restaurada pelos seres ressuscitados que a possuíam na mortalidade e que foram enviados para conferi-la. Isso aconteceu como parte da Restauração do evangelho, e a autoridade do sacerdócio, juntamente com as chaves necessárias para dirigir suas operações, estão nesta Igreja e em nenhuma outra.
Por termos o poder do sacerdócio, os líderes e membros devidamente autorizados de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm o poder de realizar as ordenanças necessárias do sacerdócio, como o batismo, a concessão do dom do Espírito Santo e a administração do sacramento.
As chaves do sacerdócio, que nosso amado profeta, o Presidente Thomas S. Monson, possui e todos os demais profetas e presidentes da Igreja, dão-lhe o direito de receber revelações em nome da Igreja inteira. Esta Igreja é “viva” porque temos profetas que continuam a nos transmitir a palavra do Senhor que é necessária para nossa época.

3. O Testemunho de Jesus Cristo

O terceiro motivo pelo qual somos a única Igreja verdadeira é o fato de termos a verdade revelada sobre a natureza de Deus e sobre nosso relacionamento com Ele e portanto termos um testemunho inigualável de Jesus Cristo. De modo significativo, nossa crença na natureza de Deus é o que nos distingue dos credos formais da maioria das denominações cristãs.
As Regras de Fé, nossa única declaração formal de crenças, começam da seguinte forma: “Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo”. Temos a crença na Trindade em comum com o restante da cristandade, mas seu significado para nós é diferente do partilhado pela maioria. Afirmamos que esses três membros da Trindade são três seres separados e distintos e que Deus o Pai não é um espírito, mas um Ser glorificado dotado de um corpo tangível, assim como Seu Filho ressuscitado, Jesus Cristo. Embora tenham identidade independente, Eles são unos em propósito.
A Primeira Visão de Joseph Smith mostrou que os conceitos dominantes sobre a natureza de Deus e da Trindade não eram verdadeiros e eram incapazes de conduzir seus seguidores ao destino que Deus desejava para eles (ver Joseph Smith—História 1:17–19). Revelações subsequentes em escrituras modernas esclareceram o significado dessa verdade fundamental e também nos concederam o Livro de Mórmon. Esse novo livro de escrituras é uma segunda testemunha de Cristo. Ele confirma as profecias e os ensinamentos bíblicos sobre a natureza e a missão de Cristo. Aumenta nossa compreensão de Seu evangelho e de Seus ensinamentos durante Seu ministério terreno. Traz também muitos ensinamentos por meio dos quais podemos saber a veracidade dessas coisas. 
O evangelho restaurado de Jesus Cristo é abrangente, universal, misericordioso e verdadeiro.
Não estamos alicerçados na sabedoria do mundo ou nas filosofias dos homens — por mais tradicionais ou respeitadas que sejam. Nosso testemunho de Jesus Cristo baseia-se nas revelações de Deus concedidas a Seus profetas e a nós, individualmente (ver I Coríntios 2:1–5; 2 Néfi 28:26).
Então o que nosso testemunho de Jesus Cristo nos leva a afirmar?
Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus, o Pai Eterno. É o Criador deste mundo. Por meio de Seu ministério mortal incomparável, Ele é nosso Mestre. Graças a Sua Ressurreição, todos os que já viveram ressuscitarão dos mortos. Ele é o Salvador, cujo sacrifício expiatório pagou pelo pecado de Adão e permite que sejamos perdoados de nossos pecados pessoais, a fim de sermos purificados e podermos regressar à presença de Deus, nosso Pai Eterno. Essa é a mensagem central dos profetas de todas as épocas.
Declaro solenemente meu testemunho de Jesus Cristo e da veracidade de Seu evangelho. Ele vive, e Seu evangelho é verdadeiro. Ele é a Luz e a Vida do Mundo (ver D&C 34:2). Ele é o Caminho para a imortalidade e a vida eterna (ver João 14:6). Para mim, o milagre da Expiação de Jesus Cristo é incompreensível. Mas o Espírito Santo deu-me um testemunho de sua veracidade, e regozijo-me por poder passar a vida proclamando-o.

A Resposta no Versículo Oito

ANGELICA NELSON

Ilustração: Taia Morley

Eram 11 horas da noite, e eu estava em meu quarto depois de sair com algumas amigas da escola. Sabia que não havia tomado as melhores decisões naquela noite. “Mas”, justifiquei-me, “também não foram as piores”.
Joseph Smith encontrou sua resposta em Tiago 1:5. Encontrei a minha alguns versículos depois.
Frustrada, peguei uma tarefa da escola para fazer. Estava tão cansada que só queria terminar logo para poder dormir. “Ainda tenho que ler as escrituras. Mas acho que hoje não vou fazer isso”, pensei.
Comecei a pensar em tudo que precisava fazer. Ler as escrituras, ir ao seminário diário, frequentar a Igreja e a Mutual, tirar boas notas, participar de atividades extracurriculares, ter um emprego de meio período… a lista continuava.
Fiquei lembrando a mim mesma que talvez eu fosse a única representante dos santos dos últimos dias que meus amigos conheciam, por isso tinha de ser um bom exemplo.
Sentia-me muito pressionada em todas as áreas de minha vida, especialmente por ser o único membro da Igreja em minha escola secundária. Fiquei lembrando a mim mesma que talvez eu fosse a única representante dos santos dos últimos dias que meus amigos conheciam, por isso tinha de ser um bom exemplo. Mas sabia que estava começando a tropeçar.
“Queria ser despreocupada como meus amigos”, pensei. Também desejava não me sentir tão mal quando ia a uma festa ou dizia uma palavra feia, mas a verdade era que me sentia assim. Chegava a passar mal quando fazia escolhas que não eram as certas. Por algum motivo, porém, eu continuava a fazer essas escolhas.
Era quase meia-noite quando terminei meu dever de casa. Dali a cinco horas meu despertador estaria tocando. Eu ia acordar, arrastar-me até o seminário e tentar suportar outro dia de escola.
scriptures
Foi então que me veio a luz. Eu não tinha que obedecer a todas as regras. Podia parar de frequentar a Igreja, o seminário e a Mutual, se quisesse. Só porque minha família ia, eu não era obrigada a fazer o mesmo.
Foi um pensamento extremamente libertador. Fui me deitar e quase havia adormecido quando tive a forte impressão de que deveria ler as escrituras. “Não”, pensei. “Cansei.”
Senti aquilo novamente. Dessa vez, pensei: “Talvez apenas mais uma última vez”.
Naquele ano, no seminário, estávamos estudando o Novo Testamento. Abri no lugar em que estava meu marcador, no capítulo 1 de Tiago. Foi esse o capítulo que Joseph Smith leu e que o inspirou a ir até o Bosque Sagrado e a abrir o coração ao Pai Celestial. “Que ironia”, pensei. Comecei a ler.
O versículo 5 me era conhecido: “Se algum de vós tiver falta de sabedoria (…)”. Mas foi o versículo 8 que me abriu os olhos naquela noite. Dizia: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos”. Gelei. Li novamente.
Eu estava sendo inconstante. Dizia ser santo dos últimos dias, mas minhas ações começavam a dizer outra coisa. Se continuasse assim, não importava o caminho que tomasse, eu seria instável e insegura e, portanto, muito infeliz.
Eu precisava saber se o evangelho era verdadeiro. Precisava saber se valia a pena acordar às 5 horas da manhã todos os dias para estudar o evangelho. Precisava saber se estava tentando viver a vida da melhor forma possível, apesar de ser às vezes ridicularizada, porque isso realmente me proporcionaria maior felicidade e alegria.
Eu estava sendo inconstante. Dizia ser santo dos últimos dias, mas minhas ações começavam a dizer outra coisa. Se continuasse assim, não importava o caminho que tomasse, eu seria instável e insegura e, portanto, muito infeliz.
Era quase 1 hora da madrugada, mas ajoelhei-me ao lado da cama e abri o coração ao Pai Celestial. Pedi-Lhe ajuda para saber o que era certo, para saber que rumo seguir e para que me tomasse pela mão e afastasse a confusão que eu sentia.
De modo simples, claro e sereno, veio-me à mente este pensamento: “Você já sabe”. E eu sabia.
Levantei-me, apaguei a luz e me deitei para dormir. Quatro horas depois, o despertador tocou. Com sono, eu o desliguei. Um minuto depois, estava de pé, pronta para outro dia, inclusive para o seminário diário.
Já se passaram anos desde que tive essa maravilhosa experiência pessoal no meio da noite. Meu testemunho continua a crescer. Às vezes, ele fica mais forte do que em outras ocasiões. A diferença é que eu sei e nunca olhei para trás.